A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara de Vereadores que investiga as suspeitas de desvios de recursos do Pronto Socorro (PS) de Pelotas volta a ouvir testemunhas em oitiva marcada para as 18h de quinta-feira. A CPI retoma as sessões após uma semana de hiato. Foram convidados o atual presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), César Ricardo Lima, o ex-presidente do CMS, Luiz Guilherme Belletti, e a contadora da Secretaria de Saúde, Priscila Pinto Gonçalves. Os três serão ouvidos separadamente.
Segundo o presidente da CPI, vereador Rafael Amaral (PP), o objetivo com essa rodada de oitivas é tentar entender como se dava a prestação de contas do Pronto Socorro e como possíveis irregularidades podem ter passado despercebidas.

O relator da CPI, Jurandir Silva (PSOL), avalia que os depoimentos são importantes: “caso comprovados os ilícitos, podem demonstrar um nível maior de habilidade e articulação dos operadores do suposto esquema”. Ele aponta ainda que os relatos ajudarão a identificar a capacidade do CMS e da secretaria de fiscalizar o PS.

Até o momento, já foram ouvidas três pessoas, todas na condição de testemunha: o diretor-geral do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP), Márcio Slaviero, a secretária de Saúde, Roberta Paganini, e a ex-diretora-geral do PS, Odineia da Rosa, afastada após as suspeitas virem à tona.

A CPI já avançou em alguns pontos da investigação, entre eles a suposta autonomia do ex-diretor administrativo e financeiro do PS, Misael da Cunha, no comando dos recursos do PS e na descoberta do objeto das suspeitas. Ao longo de 2023, a empresa de portaria M de Souza Leão teria recebido R$ 270 mil em pagamentos duplicados de quatro notas. Em seu depoimento, Odineia afirmou ainda que Misael foi promovido de gerente financeiro para o status de diretor sem aumento salarial e a pedido dele próprio.

Luto
A primeira sessão ordinária da semana da Câmara de Pelotas, que seria realizada hoje, foi cancelada em razão do luto oficial decretado pelo presidente da Casa, Anderson Garcia (PSD), após a morte de Rafael Wachholz Silva, irmão do vereador Cristiano Silva (UB). Trabalhos administrativos estão mantidos. Com o feriado de amanhã, o Legislativo terá apenas um dia de sessões esta semana, na quinta-feira.